sábado, 25 de agosto de 2012

ONU: desmatamento mundial é alarmante

Com uma perda de 13 milhões de hectares de florestas no mundo a cada ano, principalmente na América do Sul e na África, o desmatamento continua em um "ritmo alarmante", aponta um relatório da Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO) divulgado nesta segunda-feira.
O estudo analisa os recursos florestais de 229 países e territórios de 1990 a 2005, e representa o trabalho "mais exaustivo de que se dispõe atualmente", segundo a FAO. As florestas ocupam hoje em dia cerca de 4 bilhões de hectares, ou 30% da superfície habitável do planeta, o que equivale a uma média de 0,64 hectare por habitante.
"O desmatamento, principalmente a conversão de florestas em terras agrícolas, prossegue em um ritmo alarmante, e faz cerca de 13 milhões de hectares desaparecerem por ano", destaca o relatório. "Ao mesmo tempo, a plantação de árvores, a reabilitação de paisagens e a extensão natural das florestas reduziram de forma significativa a perda líquida de superfície florestal", dizem os autores do estudo.
A diferença entre destruição e reflorestamento traduziu-se no período 2000-2005 na perda "líquida" de 7,3 milhões de hectares por ano de superfície florestal. Essa cifra é inferior à registrada na década 1990-2000, quando as perdas líquidas médias eram de 8,9 milhões de hectares por ano, lembra a FAO.
Entre 2000 e 2005, a superfície florestal aumentou em cerca de 2,8 milhões de hectares por ano, embora represente menos de 5% do conjunto de florestas. Um total de 140 milhões de hectares são destruídos por ano devido aos incêndios ou "agentes destrutivos", como insetos e doenças.
Dois terços das florestas estão concentrados em 10 países: Rússia (809 milhões de hectares), Brasil (576), Canadá (310), Estados Unidos (303), China (197), Austrália (164), República Democrática do Congo (134), Indonésia (88), Peru (69) e Índia (68).
As duas regiões que registraram a maior destruição de florestas entre 2000 e 2005 foram América do Sul e África, onde foram perdidos 4,3 milhões e 4 milhões de hectares por ano, respectivamente. A Ásia foi a única grande região onde essa tendência se reverteu. O continente registrou "um aumento líquido de florestas nesse período, principalmente devido ao reflorestamento em larga escala na China", destaca o relatório.
Em nível mundial, mais de um terço (37%) das florestas são do tipo primário, ou seja, sem sinal visível de atividade humana e onde os processos ecológicos não foram sensivelmente perturbados. Mas essas florestas primárias "sofrem um declínio em massa, devido à intervenção humana", e essa rápida destruição continuou nos últimos cinco anos, apesar dos esforços de países como Japão e Malásia, lamenta a FAO.
Diretamente afetada pelo desmatamento, "parte das espécies raras de árvores e aquelas cujo valor é muito alto correm o risco de extinção", e em média 5% das espécies nativas de um país "estão em risco ou risco crítico de extinção", aponta o relatório.

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